No meio do caminho tem um buraco

Não se trata apenas de tapar buracos, mas de pensar em soluções estruturantes e definitivas para a cidade
Dinalvo Diniz – Presidente do SINCONPE – CE

Fortaleza enfrenta há anos um problema que afeta motoristas, ciclistas e pedestres: a má conservação das ruas, avenidas, calçadas e passeios. Os buracos espalhados pela cidade não apenas colocam em risco a segurança de quem trafega, como também causam danos aos veículos, contribuem para o trânsito lento, a mobilidade de pessoas com deficiência, tornando a locomoção uma necessidade de risco. No período chuvoso, a situação se agrava pela falta da manutenção corriqueira de galerias e cursos de água. 

É importante entender, e é bom que se diga que parte desses problemas envolve a atuação de diferentes órgãos que executam intervenções sem o devido e necessário cuidado na sua recomposição. A Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece), pela sua atuação é o nosso grande exemplo de como não fazer. No entanto, a responsabilidade pela recuperação e manutenção das vias públicas, inclusive após serviços de terceiros, é da Prefeitura de Fortaleza. Cabe ao poder municipal fiscalizar, cobrar a reposição adequada do asfalto e garantir a qualidade da infraestrutura urbana.

Não se trata apenas de tapar buracos, mas de pensar em soluções estruturantes e definitivas para a cidade. Ações pontuais e emergenciais são importantes, mas não substituem a necessidade de um planejamento que contemple manutenção preventiva, melhoria da drenagem urbana e obras de infraestrutura capazes de resistir às chuvas e ao desgaste do tempo. O investimento em tecnologia e fiscalização também é essencial para evitar que pequenas intervenções acabem se transformando em grandes problemas para a população.

A sociedade precisa cobrar, e o poder público reagir com mais efetividade, responsabilidade e transparência. Fortaleza não pode mais conviver com ruas esburacadas que colocam vidas em risco e prejudicam o desenvolvimento da cidade. É fundamental que a Prefeitura assuma seu papel, que haja maior diálogo entre os órgãos envolvidos e que se busque um modelo de gestão que priorize a qualidade de vida dos fortalezenses. A cidade é divulgada, merece e assim deve ser vista, como detentora de um sistema viário eficiente, seguro e bem cuidado.

Artigo publicado no Diário do Nordeste, edição de 02 de maio de 2025.

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